Palavras apócrifas / Cartas do meu castelo
Cartas do meu castelo / Palavras apócrifas
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O Odres Editorial Diferença, 2000
Nunca entendi, e dificilmente aceitei, terem-me arrancado daquele lugar. E digo arrancado com toda a propriedade e justiça: ainda hoje lá sinto as raízes. É nas memorizações desse sítio que me recolho das amarguras quotidianas.
Foi preciso descobrir um papel amarrotado, escrito com letra que me parece da minha avó, para perceber a transplantação a que fui sujeito: segundo esse papel havia sortilégio no rio. O Odres, que naquele troço particular se regia por um estatuto único, de rio quase privado, mercê de licença especial das hidráulicas, era tido como detentor de um sortilégio.
In Sortilégio
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